Arquivo da tag: Parapsicologia

O poder da premonição. Instantâneos do futuro que acontecem no presente

Elas ocorrem em sonhos, e também nas horas de vigília como um palpite, uma intuição ou a sensação de que algo vai acontecer. As premonições sugerem uma dimensão eterna, atemporal, para a mente.

Por: Larry Dossey

Amanda, uma jovem mãe que morava no Estado de Washington (noroeste dos Estados Unidos), acordou às 2h30 de uma madrugada com um pesadelo. Ela sonhou que um grande lustre pendurado sobre a cama do bebê no quarto ao lado havia caído no berço e esmagado a criança. No sonho, enquanto ela e o marido se viam entre os destroços, Amanda observou que um relógio na cômoda do bebê mostrava 4h35. O tempo no sonho era tempestuoso. A chuva martelava a janela e o vento vinha em rajadas. O sonho era tão aterrorizante que ela acordou o marido e contou-lhe tudo. Ele riu, disse-lhe que o sonho era bobo e pediu a ela para voltar a dormir. Mas o sonho deixou Amanda tão assustada que ela foi ao quarto do bebê e levou a criança para dormir com o casal. Ela notou que o tempo estava calmo, e não tempestuoso como no sonho.

Amanda se sentiu tola – até que, cerca de duas horas mais tarde, ela e o marido foram acordados por um estrondo. Eles correram para o quarto do bebê e encontraram o berço demolido pelo lustre, que havia caído diretamente sobre ele. Amanda observou que o relógio na cômoda mostrava 4h35 e que o tempo havia mudado. Agora o vento uivava e a chuva era intensa. Dessa vez, o marido não estava rindo.1

O sonho de Amanda era um instantâneo do futuro – descendo até o evento em si, o tempo preciso em que isso iria acontecer e a mudança no tempo. Premonições assim não são incomuns. Pesquisas mostram que cerca de três quartos dos americanos experimentam o que eles chamam de percepção extrassensorial, ou ESP, na sigla em inglês. As premonições, que muitas vezes ocorrem em sonhos, são comuns entre esses eventos. Elas também ocorrem nas horas de vigília como um palpite, uma intuição ou a sensação de que algo vai acontecer.

O padrão que conecta

Por que existem premonições? Por que qualquer capacidade humana existe, como a nossa capacidade de ver, ouvir, cheirar, tocar, andar ereto, correr e pensar? Quando os biólogos querem entender por que uma característica surgiu, sempre perguntam: “Para que isso é bom? Para que serve?” Se um atributo nos ajuda a nos mantermos vivos e a nos reproduzirmos, é provável que ele seja incorporado aos nossos genes e transmitido através de sucessivas gerações.

Assim acontece com as premonições. “Premonição” vem do latim prae, “antes”, e monere, “avisar”. A premonição é, literalmente, um aviso prévio, geralmente de algo desagradável, como um desastre natural prestes a acontecer ou uma ameaça iminente para a nossa saúde. As premonições, portanto, nos ajudam a sobreviver, e a sobrevivência é o grande tema que atravessa as premonições que as pessoas experimentam. É verdade que há temas menores. Por exemplo, as pessoas podem ver os números vencedores da loteria em um sonho; podem “simplesmente saber” onde encontrar a última vaga restante para estacionar no centro de uma metrópole; ou podem intuir o momento exato em que um amigo há muito ausente vai lhe telefonar. Mas incidentes como esses são soterrados por descrições de cair o queixo de pessoas cujas vidas foram salvas pela sua capacidade de ver além do presente. A premonição real pode não ser nada mais do que uma sensação sutil de que algo não está muito certo, levando as pessoas a cancelar uma viagem de avião no dia da sua queda, ou antecipar um perigo em uma curva na estrada a tempo de evitá-lo, agendar um exame médico que leva à descoberta de um problema que poderia ter sido fatal se não tivesse sido detectado, ou realizar inúmeras outras ações de intervenção.

Além de nos ajudarem a sobreviver, as premonições entregam pistas de algo mais: um elemento no grande “padrão que conecta”, como o ecologista-filósofo Gregory Bateson colocou. As premonições sugerem que estamos ligados a cada uma das consciências que existiram, existem ou existirão, que somos parte de algo maior do que o eu individual.

Muitos cientistas proeminentes têm percebido isso. O renomado físico David Bohm, por exemplo, disse: “Cada indivíduo envolve algo do espírito do outro em sua consciência”. O físico e Prêmio Nobel Erwin Schrödinger acreditava que as mentes não interagem umas com as outras como bolas de bilhar separadas, mas são, em certo sentido, unidas e uma só. “Para dividir ou multiplicar, a consciência é algo sem sentido”, disse ele. “Há, obviamente, apenas uma alternativa, ou seja, a unificação das mentes ou das consciências… na verdade, existe apenas uma mente.”

Transparentes para o transcendente

Ao ligarem as mentes através do espaço e do tempo, as premonições revelam a unidade de que esses cientistas falam. Eles sugerem que, em certo sentido, somos infinitos ou não locais no espaço-tempo. Quando sentimos profundamente isso, podemos nos tornar “transparentes para o transcendente”, como disse o mitólogo Joseph Campbell. A profunda contribuição espiritual das premonições muitas vezes passa despercebida por aqueles que as consideram apenas uma ferramenta legal para vislumbrar o futuro.

As pessoas concebem o transcendente em várias formas, é claro – Deus, Deusa, Alá, uma inteligência universal, o Absoluto, uma sensação onipresente de beleza e ordem, e assim por diante. Não importa a forma como nomeamos o transcendente. O que importa é que reconhecemos a nossa identidade com ele. O físico Freeman Dyson disse: “Há evidência… de que o universo como um todo é hospitaleiro para o crescimento da mente… Por isso, é razoável acreditar na existência de um componente mental do universo. Se acreditarmos nesse componente mental do universo, então poderemos dizer que somos pequenos pedaços do aparelho mental de Deus.” Gregory Bateson disse: “A mente individual é imanente, mas não só no corpo. É imanente também nas vias e mensagens do lado de fora do corpo, e existe uma Mente maior da qual a mente individual é apenas um subsistema. Essa Mente maior é comparável a Deus e é, talvez, o que algumas pessoas querem dizer com ‘Deus’, mas ainda é imanente no sistema social interconectado total e na ecologia planetária”.

Hoje, a maioria dos cientistas afirma que o nosso cérebro produz de alguma forma a consciência (não importa como), a qual, eles dizem, está confinada ao nosso corpo físico e limitada ao momento presente. Já as premonições sugerem que a nossa consciência pode funcionar através do nosso cérebro físico, mas que ela não é produzida pelo cérebro nem limitada a ele. Como um peixe que considera que seu ambiente aquoso é a extensão de seu mundo, viemos a acreditar que o aqui e agora define os limites da nossa existência. O passado, podemos dizer, já aconteceu e não existe mais; o futuro ainda está por se desenrolar. O presente é tudo que existe. Para isso, as premonições dizem: “Acorde. A evidência para um mundo maior está olhando fixamente a sua cara”.

As premonições sugerem em geral uma dimensão eterna, atemporal, para a mente. As implicações dessa infinitude temporal para conceitos apreciados em biologia são profundas. O biólogo George Wald, vencedor do Prêmio Nobel, diz: “A mente, em vez de emergir como um desdobramento tardio na evolução da vida, tem existido sempre… a fonte e a condição da realidade física”. Willis Harman, o finado presidente do Instituto de Ciências Noéticas, dos Estados Unidos, concordou. “A consciência estava aqui primeiro”, ele disse certa vez.

As premonições também revelam um “lado de sentimento” para o mundo. Estudos revelam que elas frequentemente ligam as pessoas que se amam – pais e filhos, irmãos, gêmeos, amantes e amigos muito próximos. Um exemplo clássico é o citado caso de Amanda, a mãe cuja premonição em sonho levou-a a salvar a vida do seu bebê. Vemos esse padrão repetidamente: amor, empatia, compaixão e um senso de conexão são parte essencial do padrão das premonições.

Precisamos desesperadamente dar atenção às lições das premonições. Lester R. Brown, presidente do Earth Policy Institute em Washington, disse que a recente crise mundial de alimentos pode pressagiar “o fracasso da própria civilização”. Brown acredita que a crise alimentar não é temporária e que é composta por escassez da água de superfície, exaustão de aquíferos, seca, aquecimento global, perdas nas lavouras, explosões populacionais em países pobres, pobreza opressiva e falta de oportunidades educacionais.

A desordem social já estourou em alguns países em face do aumento dos preços dos alimentos e da disseminação da fome. Em 2008, motins eclodiram no Egito, no Iêmen e em Camarões, e muitas pessoas foram mortas. Em vista desses problemas prementes em todo o mundo, a tendência de muitos dos nossos líderes é acocorar-se, fechar nossas fronteiras e proteger nossos próprios interesses. Não podemos resolver os problemas do mundo, dizem eles; todos esses estrangeiros devem afundar ou nadar por seus próprios esforços.

Mas separar-se do resto do mundo e dos seus problemas não é uma opção, porque viola “o padrão que conecta” revelado em premonições e outras ações não locais da consciência. As premonições demonstram uma intimidade mundial de longo alcance baseado na consciência – que, em algum nível, existe de fato apenas uma mente, uma consciência, como Bohm, Schrödinger e outros têm percebido. Se tentarmos puxar a escada depois de salvarmos a nós mesmos, falharemos. Nem o olho, nem o coração, nem o estômago podem separar-se do resto do corpo, nem podemos nos retirar do resto do mundo, que é o nosso corpo coletivo. As premonições implicam que, a fim de salvar a nós mesmos, temos de ajudar os outros, porque nós somos os outros. As premonições sugerem uma revisão da regra de ouro, do “Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você”, para “Seja gentil com os outros porque, em certo sentido, eles são você”.

Os desafios que nos confrontam – mudança climática, seca, queda no rendimento agrícola, escassez de água e explosões populacionais – vão além de descobrirmos maneiras inteligentes de os superarmos, tão importantes quanto as medidas técnicas para isso. Nossa sobrevivência é predominantemente uma questão de aprender a se encaixar no padrão que conecta, para o qual as grandes lições das premonições são um guia.

A evidência

Muitos críticos desprezam as premonições como bobagem da Nova Era, mas estudos refinados assinados por respeitados pesquisadores da consciência sugerem convincentemente que podemos de fato perscrutar o futuro. Em estudos de “pressentimento”, por exemplo, tais como os realizados por Dean Radin no Instituto de Ciências Noéticas, tem sido observado que o sistema autônomo do corpo responde de forma mais enérgica a uma imagem de violência ou de sexo do que a uma imagem calma, serena, mesmo antes de a imagem ter sido selecionada aleatoriamente e mostrada por computador. Até 2009, vários investigadores fizeram cerca de 20 dessas experiências de pressentimento. Quase todas elas produziram evidências de conhecimento do futuro, e metade delas demonstraram resultados estatisticamente significativos.

Centenas de estudos sobre a “visão remota precognitiva” realizados na Universidade Princeton (EUA) e em outros países indicam que os indivíduos podem pressagiar eventos detalhados até uma semana antes de eles ocorrerem. Os pesquisadores Charles Honorton e Diane Ferrari, por exemplo, examinaram 309 experimentos de precognição realizados por 62 investigadores, envolvendo 50 mil participantes em mais de 2 milhões de testes. Trinta por cento desses estudos foram estatisticamente significativos em mostrar que as pessoas podem descrever eventos futuros. As chances de que esses resultados não foram devido ao acaso foram maiores do que 1.020 para 1. Isso é como tirar cara ou coroa com 70 moedas e em todas elas conseguir coroas! 2

Lilly, de 14 anos de idade, diz no filme A Vida Secreta das Abelhas: “O corpo sabe das coisas… antes que a mente as alcance”. A evidência cumulativa em apoio à presciência é irrefutável para a maioria das pessoas cuja opinião não foi coagulada pelo ceticismo endurecido. Radin sugere que essas descobertas revelam que as mentes individuais são “emaranhadas” com todas as outras.3 Isso leva à conclusão de que, na tradição de Bohm, Schrödinger e outros, existe um sistema unificado de consciência global, ao qual todas as consciências individuais estão integradas.

O risco de negar as premonições

Os resultados descritos acima, ao lado dos resultados de outras experiências de pressentimento realizadas em todo o mundo, sugerem que as premonições operam em um nível inconsciente e podem estar presentes em algum grau em todas as pessoas. Como tal, elas não são opcionais, mas fazem parte dos nossos dons naturais, inatos, como o nosso batimento cardíaco. Essa situação me faz lembrar do adesivo de para-choques que diz: “A gravidade. Não é apenas uma boa ideia. É a lei”. Assim parece ocorrer com as premonições. Se elas são tão naturais e onipresentes como a gravidade, pode haver um preço a pagar por negá-las, tão certo como se ignorássemos a gravidade. Com o que esses riscos se pareceriam?

Tive uma experiência pessoal durante a turnê para o meu livro Reinventando a Medicina, de 1999 (lançado no Brasil pela Editora Cultrix em 2001), em que divulguei um sonho premonitório sobre um paciente que se mostrou estranhamente exato. Em uma ocasião, fui convidado para um talk show de rádio ao vivo. Sem que eu soubesse, o anfitrião também havia convidado um cardiologista muito conhecido, cujo papel era desmascarar o meu livro. Enquanto esperávamos o show começar, o médico virou-se para mim e disse com frieza: “Devo dizer-lhe que não concordo com quase tudo o que você escreveu”. Respirei fundo e tentei me preparar mentalmente para o ataque.

O anfitrião, querendo provocar discórdia o mais rapidamente possível, imediatamente me pediu para relatar o meu sonho precognitivo. Depois que o concluí, ele se virou para o cardiologista e disse: “Agora, Doutor Fulano de Tal, o que você pensa sobre essa coisa de sonho?” Então, ele se afastou do microfone e esperou que os fogos de artifício começassem.

Em vez de atacar, no entanto, o cardiologista ficou em um estranho silêncio, o que não é uma coisa boa no rádio. Eu não tinha ideia do que ele estava pensando, nem o anfitrião, que parecia perto de um acesso de pânico. Finalmente, o médico disse, pensativo: “Acho que pode haver algo no sonho do dr. Dossey”. O anfitrião quase desmaiou; isso não era o que ele tinha em mente. Depois de outra longa pausa, o cardiologista disse humildemente: “Gostaria de relatar um sonho meu”. Então ele disse, quase ternamente: “Eu nunca havia dito isso para ninguém antes”.

O cardiologista descreveu o caso de uma paciente idosa sua, que exigiu um cateterismo cardíaco. Na noite anterior ao procedimento, ele sonhou que, enquanto fazia o cateterismo, a paciente ficou emudecida, inconsciente e paralisada de um lado – um acidente vascular cerebral grave. Ao acordar, o cardiologista ficou abalado e se perguntou se deveria cancelar o procedimento. Assegurando-se de que os sonhos não significam nada, decidiu ir em frente. Mais tarde naquele dia, durante o cateterismo real, a mulher sofreu um AVC precisamente no padrão que ele havia sonhado na noite anterior. Embora a mulher tenha se recuperado por completo, a experiência abalou o médico profundamente. No resto do programa, o cardiologista e não encontramos nada sobre o qual discordássemos – para desgosto do nosso anfitrião.

Ouvir o corpo

As premonições, é claro, não estão confinadas aos sonhos. Às vezes, elas ocorrem em estado de consciência plena, e ocasionalmente são acompanhadas por sintomas físicos. Larry Kincheloe, obstetra-ginecologista em Oklahoma City (EUA), nos dá um exemplo notável. Recebi uma carta dele na qual ele descreveu como tanto as premonições como as sensações corporais podem influenciar a assistência ao paciente.

Depois de concluir a sua formação em obstetrícia e ginecologia, Kincheloe se juntou a um grupo médico tradicional e trabalhou por cerca de quatro anos sem qualquer evento incomum. Então, numa tarde de sábado, ele recebeu um telefonema do hospital que lhe informava que uma paciente sua estava em trabalho de parto prematuro. Ele deu instruções de rotina, e uma vez que esse era o primeiro bebê da paciente, assumiu que o parto ocorreria horas mais tarde.

Enquanto varria folhas, ele experimentou uma impressionante sensação de que tinha de ir para o hospital. Telefonou imediatamente, mas foi informado pela enfermeira de que estava tudo indo muito bem: sua paciente tinha apenas cinco centímetros de dilatação, e não se esperava o parto para tão cedo.

Mesmo com essa garantia, a sensação ficou mais forte e Kincheloe começou a sentir uma dor no centro do peito. Ele a descreveu como semelhante à sensação da perda do seu primeiro amor adolescente – uma sensação dolorosamente triste, melancólica. Quanto mais Kincheloe tentava ignorar a sensação, mais forte ela crescia, até que chegou a um ponto em que ele sentia que estava se afogando. A essa altura, ele estava desesperado para chegar ao hospital. Entrou no carro e saiu em disparada. Enquanto se aproximava do hospital, ele começou a se sentir melhor, e ao caminhar para a unidade de parto teve uma impressionante sensação de alívio.

Quando Kincheloe chegou à área de trabalho de parto, a enfermeira estava saindo da sala da sua paciente. Ela perguntou por que ele estava lá, e Kincheloe admitiu que não sabia, só que sentira que era necessário e que o seu lugar era ao lado da sua paciente. A enfermeira olhou-o de forma estranha e lhe disse que havia acabado de verificar a mulher e que a dilatação era de apenas sete centímetros. Naquele momento, um grito veio da sala de parto. Qualquer um que já tenha atuado em trabalho de parto sabe que há um certo tom no grito de uma mulher quando a cabeça do bebê está em seu períneo e o bebê está se aproximando do parto. Kincheloe correu para a sala a tempo de realizar o parto de um bebê saudável. Depois, quando a enfermeira lhe perguntou como ele sabia que tinha de vir ao hospital após ser informado de que o parto estava a horas de ocorrer, Kincheloe não teve resposta.

Implicações para a saúde

A experiência de Kincheloe mostra como as sensações físicas podem nos alertar de que algo importante está prestes a acontecer – um sistema de premonição de alerta precoce. Os sintomas físicos são como celulares psíquicos unindo indivíduos distantes. A metáfora do celular é apropriada porque a nossa dependência de aparelhos eletrônicos para a comunicação pode ser uma razão pela qual as nossas conexões psíquicas secaram. Mas elas não estão totalmente atrofiadas. Indivíduos como Kincheloe ainda funcionam como antenas humanas, capazes fisicamente de perceber quando alguém está em necessidade. Eles são a prova de que as velhas habilidades ainda existem.

Imagino um dia em que as nossas escolas profissionais aceitarão as nossas conexões distantes e ensinarão aos jovens médicos e enfermeiros como cultivá-las. Em seguida, as profissões de cura vão ser transformadas e humanizadas, pois será evidente que a cura não depende exclusivamente de remédios, bisturis e aparelhos de última tecnologia, mas também da consciência humana. O pesquisador psicossocial David Spiegel, da Escola de Medicina da Universidade Stanford, diz sobre o papel da consciência na saúde: “A boa ciência responde a perguntas e questiona as respostas. Mas não declara que certas questões estão fora dos limites. Fazer isso não é científico… este não é o tempo para fechar a porta a uma área da investigação científica importante e em desenvolvimento”.

E o que é mais importante do que a consciência?

(*) Este ensaio é baseado no livro O Poder das Premonições – Como o Conhecimento do Futuro Pode Influenciar a Nossa Vida, do médico Larry Dossey, lançado pela Dutton/Penguin em 2009 e publicado em português pela Editorial Planeta de Portugal. O médico Larry Dossey é editor executivo de Explore: The Journal of Science and Healing. Ele é o autor de 11 livros sobre o papel da consciência e da espiritualidade na cura.

NOTAS

  1. Sally R. Feather e Michael Schmickler, The Gift: ESP, the Extraordinary Experiences of Ordinary People (St. Martin’s Press, Nova York 2006).
  2. Charles Honorton e Diane Ferrari, “Future-Telling: A Meta-Analysis of Forced-Choice Precognition Experiments”, em Journal of Parapsychology 53 (1989), pp. 281–289.
  3. Dean Radin, Entangled Minds (New York: Paraview/Simon & Schuster, 2006; publicado no Brasil pela Editora Aleph).